28 de maio de 2013

Resenha - Meu amor, meu bem, meu querido

Existem duas coisas que podem acontecer quando você lê um livro sem se lembrar da sinopse. 1- Você se apaixona pela história, que descobre aos poucos, sem saber pelo que esperar. Ou 2- Você se frustra como que acontece e se arrepende de ter lido sem saber bem o que ia encarar pela frente. Eu ainda não decidi muito bem o que aconteceu comigo, pois queria muito mais aprofundar no romance, mas me vi imersa em um mundo de velhinhos nada fofos e muito divertidos, com uma garota querendo superar um amor, ou uma obsessão.

Meu amor, meu bem, meu querido, te passa de cara uma imagem de romance gracinha. Só lembrava que tinha um carinha mau na história e que a Garota Calada –Ruby- estava saindo com ele. Me identifiquei muito com a personagem principal no início, que não sabe ser quem ela verdadeiramente é na frente das pessoas e que acaba se tornando pessoas diferentes quando está com um ou outro. Ô tristeza. Não é falsidade, é não saber como agir e tentar se adaptar.

Pois bem, Ruby começa a sair com Travis –o garoto mau- e ele é daqueles viciados em adrenalina (só pode), ele começa a levá-la para pequenas aventuras por achar ela uma garota corajosa, afinal, ela age assim na frente dele. Os dois começam a sair juntos, até que em uma aventura um tanto exagerada de Travis, Ruby percebe que não é aquilo que ela quer. Sem saber como se livrar daquela paixão toda por pelo carinha mau, Ruby acaba contando para a mãe sobre ele, sem dar detalhes, e, para ajudá-la, a mãe começa a levá-la para o Clube do Livro que ela organiza: As Rainhas das Caçarolas <3. E é a volta delas que a história gira.

Durante a leitura de um livro, as outras integrantes descobrem que Lilian –uma das rainhas, que sofreu um derrame- é a personagem principal daquela história que estão lendo. Nunca haviam acreditado nela, mas, após o contato com o autor, a mãe de Ruby percebe a verdade, conta para elas, e todas decidem que devem ajudá-los a ficar juntos. O problema é que as filhas de Lilian colocaram-na em uma casa de repouso. Claro, teriam que sequestrá-la.

A partir daí a aventura só aumenta, um grupo de velhinhos, a mãe de Ruby, a própria Ruby e Chip Jr., seu irmão mais novo, entram em uma aventura incrível para fazer Lilian ter o seu final feliz. Mas essa história é muito mais do que apenas para ajudar Lilian, serve também para tentar fazer com que Ruby tente esquecer Travis, o que se mostra uma tarefa muito difícil. Ainda conhecemos também o pai de Ruby e Chip Jr., que foi o “cara mau” da vida da mãe de Ruby, e que a motiva ainda mais a querer esquecer Travis.

Queria um romance. Queria um mela-mela que me fizesse suspirar. Sim. Porém, amei a história de amor de Lilian e Charles, toda a aventura, e o espírito feliz e familiar que o livro te passa. O final é esperado e, conforme você continua a ler, percebe o que irá acontecer, porém, o ritmo de leitura não se perde em momento algum. Amei. É uma leitura mais do que recomendada para os que querem se surpreender (Agora não vão mais tanto, maaas... hahaha) e se aventurar.

Ah! E como conta a história de um clube de leitura, no fim ainda vem com um guia para clube, com questões a serem discutidas, e atividades: Coisas como criar seu próprio clube da leitura, descobrir uma história digna de livro dentro da sua família e coisas do gênero. Achei muito criativo!

Foi meu primeiro livro da autora, Deb Caletti, e não me arrependo! Recomendado ;)


13 de maio de 2013

Desventuras de uma Míope


Eu tinha uma visão perfeita. Daquelas que a avó pede para colocar a linha na agulha, e não me demorava nem 5 segundos, daquelas que a mãe falava “bemzadeus”, quando lia aquele cartaz longe, que ela nem entendia nada. Até que eu comecei a ler. Eu sabia que uma hora ia acontecer comigo, minha mãe sempre amou ler e meu pai também. Minha avó amava estudar línguas, e claro, eu não ia escapar do mesmo destino. Então me viciei na leitura e... Estou dando adeus a uma boa visão.

Eu lia com luz do celular, nas madrugadas antes de ir para escola, e sempre levava esporros. Depois, meu pai instalou uma luminária, que não ajudava muito, pois minha vista continuava sendo forçada, e cada dia mais, a visão que inicialmente só ficava cansada, foi ficando turva e sem cor. O problema era: Eu enxergava mal de longe, e quando chegava ao médico, ele dizia que a distância era normal, que eu não precisava de óculos... E lá estava eu, sem óculos, perdendo mil ônibus por causa do maldito oftalmologista. E não foi só um.

“Ah, esse grau é bem baixo, não é necessário óculos!”, eles diziam. Até essa semana, onde, não importa o que eles digam na próxima consulta, EU TENHO QUE USAR ÓCULOS. Passei direto por três pessoas que conheço. E não eram pessoas que eu vejo vez ou outra...

Lá estava eu, no ônibus, só reparando que aquele garoto descarado não parava de me encarar –e eu odeio que me encarem!-, amarrei a cara, me levantei para saltar e me assustei quando o “garoto descarado” segurou meu braço, pronta para dar um ataque, me virei e vi que, na verdade, era um dos meus melhores amigos no ensino médio, e que não tinha conseguido chegar até minha cadeira para falar comigo.

Naquele mesmo dia a noite, estava voltando pra casa quando vejo alguém correndo atrás de mim. Se eu senti medo? Só quase tive uma síncope mas... Era uma amiga que não via há muito tempo. –Fernanda! Tô acenando pra você e te chamando, me viu não? – Sinceramente? Não, não vi. Por quê? Porque estou ficando cega, só pode!

Dependendo dos outros, esperando que alguém pegue o mesmo ônibus que eu, para que eu não tenha que fazer sinal quando ele estiver muito perto. E, se o ponto estiver vazio, ter que fizer decifrando o “formato” das letra e ver se aquele lá é o meu mesmo. Ter que forçar a vista até não dar mais para ler uma placa. Ser enganada pelos malditos “a partir de tanto” nas placas das lojas, que sempre são pequenos demais para meus olhinhos míopes.

Eu acredito que vou conseguir um dia fazer meu exame e finalmente encontrar o oftalmologista que vai dizer “Sim, você precisa de óculos.” E eu vou poder parar de pegar os óculos dos outros para enxergar aquilo que está longe demais para mim e perfeitamente visível pelos outros.

Torçam por mim.